quinta-feira, 11 de novembro de 2010

shh.

Mais um dia que não estiveste aqui, mais um dia que senti a tua falta. Quanto mais tento deixar-te ir, mais tu fazes por ficar. E ainda que inconsciente, sem razão aparente, acabas sempre por voltar. Sempre quando menos espero... e ali estás tu novamente, com esse teu ar tão ingénuo e inocente. E bem que tento passar por essa camada superficial, retirar de ti o que é banal. Quero chegar até ao ponto em que te tornas transparente. Em que tudo em ti não é nada mais do que um coração incandescente, que me revela cada palavra que deixas-te por dizer, cada sentimento que não conseguiste transmitir. E sempre que pressenti saudade, tentei conter a incerteza. Por cada momento que não deixaste acontecer, pelas coisas que soube sentir. Pois em mim, sempre soubeste: de algo mais forte e sincero se tratava. E enquanto era levada, por essa corrente que me puxava, sabendo que por mim tudo mudava, e já nada seria assim. Talvez os nossos caminhos jamais se cruzariam, os nossos lábios jamais se tocariam, e eu, jamais descobriria outro lado em ti que desconhecia e que me fez gostar tanto e tanto e tanto...E o tempo já lá vai. Infelizmente nunca fez espera a ninguém. E eu que soubesse de alguém, que já o tenha feito parar. Mas nada há a fazer, sei que por mim ele nunca vai esperar. E agora sshhh! já estou farta de escrever, embora ainda haja tanta coisa por dizer. Continuas um grito dentro de mim, que ouvido algum jamais ouvirá. E agora pelo que passo, pelo que tenho de conter, pelo que tenho de guardar, sei que a consciência um dia pesará. E não com a minha, mas sim com a tua mão, carregarás tão sozinho uma culpa que foi em vão. Pois não chegámos a lado nenhum, e por aqui apenas ficámos. E sem apoio me mantenho, submetida à tortura do teu sorriso. E é por isto que te digo: Vou continuar aqui, sem medo. Mas vou guardar-te tão bem em mim, como se ainda fosses eterno segredo.




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