sábado, 16 de abril de 2011

não estou

não quero revelar nada do que guardo na minha cabeça neste momento. mas hoje e agora, sinto-me tão desprovida de qualquer reacção ou sensação. sinto-me tão longe daqui, com os pés fora do chão, com a cabeça em outro lugar. e sabe bem estar assim. incapaz de sentir. podem vir todos contra mim, podem todos gritar nos meus ouvidos o que quiserem, não vou ouvir. e sei que nada é real, e como tal, dura pouco. mas então, resta-me saborear bem o pedacinho de tempo que tenho.
como é fácil alcançar o céu assim, como é fácil acreditar que o impossível é algo completamente realizável. tenho tudo na minha mão e não posso largar. mas tenho de deixar ir... já é tempo de algumas páginas caírem, outra vez, mas tenho de me assegurar que não voltam à minha mão, que não volto a escrever nelas e que mais ninguém as lê.
por uma vez, consigo ouvir-me, sem ouvir mais ninguém. nem eco, nem murmúrio, nem grito algum.
e embora sozinha contemple a lua, sozinha voltarei por esta estrada de regresso a uma casa que mesmo cheia de gente, parece tão vazia e que me deixa mais uma vez, sozinha. e sozinha estou, sozinha me deixaram e sozinha ficarei até que alguém decida dar-me a mão, ou simplesmente olhar-me nos olhos e dizer algo que não seja uma mentira. não, aí já não estou sozinha. pois algo foi partilhado comigo e sei que naquela fracção de segundo existi para uma pessoa que deixou comigo, um pensamento, uma verdade, um desabafo...seja.
mas agora, apetece-me estar sozinha. embora não o queira totalmente. mas preciso de falar, preciso de rir, preciso de palavras confusas e conversas estranhas mas que iam dar sempre a algum lado, preciso de um novo segredo. sim, contigo. sinto falta deste amigo.

prometo acordar amanhã e ter novamente os pés assentes na terra. mas por hoje, deixem-me só fugir do meu chão por um bocado. e é tão certo, que hoje, não estou por aqui.

domingo, 10 de abril de 2011

right now.

não me podia saber melhor esta sensação de tranquilidade comigo mesma e da mesma forma, com quem me rodeia. e por favor, não me incomodem com as vossas manias, com os vossos pressentimentos e vontades pessoais, não descarreguem mais em mim porque já deixei de ser o vosso "saco de boxe" privado. vai ser à minha maneira agora e quem me quiser seguir, está à vontade; quem não quiser, que fique para trás. para mim, tanto me faz. Só quero habitar no meu espaço com quem o quiser fazer comigo. não quero pensar nos problemas, porque quanto mais penso neles, maiores e mais reais eles parecem. se tenho os meus desejos e as minhas vontades, por que não ir atrás deles? porque é que tenho de ir sempre atrás do que os outros querem? ai! c'mooonn! arranjem que fazer! não se lamentem tanto. passam a vida a queixar-se de tudo, estão sempre à procura de novas coisinhas, por mais pequenas que sejam, para fazerem daquilo os maiores obstáculos do mundo e como se a vossa vida fosse acabar ali. por favor, a mala não combina com os sapatos? precisam de um push up? têm as mãos sujas? esses são os vossos problemas? hoje não podem ir ver o rapaz da vossa vida? caíram? e depois? levantem-se. esta noite não estão a mandar cenário suficiente para as ''ladies''? o apocalipse é agora porque têm um cabelo fora do sitio! dá vontade de rir, mas no entanto já não suporto mais. descontraíam, vivam mais e preocupem-se menos. enquanto estiverem bem de saúde, enquanto andarem na escola e enquanto tiverem uma casa para morar e uma familia que vos adora, tudo o resto vos vais parecer minimo e a vossa vida é tudo aquilo que muita gente daria tudo para ter.
chega de queixas, chega de filmes, chega de bocas, chega de mau olhado, chega de falar mal, chega de comodismos. dá pena olhar à minha volta e ver pessoas assim e que passam os dias a encher-me os ouvidos e a cabeça com pieguices. parem de viver para a aparência, às vezes ainda se tornam mais horriveis por fora quando são vazios por dentro. façam amigos, aproveitem os momentos, a vida é tudo aquilo que quiserem fazer dela. não a deitem fora por nada.
e foi a vida quem me ensinou sobre respeito, sobre os erros, sobre a felicidade, a diversão, os momentos. e agora? estou melhor que nunca. podem pensar que preferi adoptar uma nova atitude egoísta, mas sabem, não é nada disso. simplesmente passei a preocupar-me mais com a minha vida do que com a dos outros.
X está mal vestido? e então? Y tem uma saia aos quadrados e uma mala às bolas? até fica engraçado a mistura de padrões e há que ser diferente para variar um pouco. não sejam tão superficiais, não façam por darem tanto nas vistas. se realmente forem bonitos por dentro, o vosso exterior vai-se realçar em multidões!
e agora, move-te!